segunda-feira, 30 de junho de 2008

Demenciais, por Solange Sólon Borges

Solange Sólon Borges(*)



Há enigmas que não decifro.
Quando brutalmente entra
e me ama,
alagando-me,
é preciso cuidado
para não esmagar os anjos esquecidos
dentro das empoeiradas caixas vazias.

Somos espectros do que sonhamos
nas épocas de danação.
Nos limiares da dor e do prazer,
encobrimos com asas carcomidas
nossas mais secretas armadilhas.

Amar é ser Deus minimamente.
É combater.
Eu não teria podido.

(*) Jornalista, dedica-se a diversos gêneros literários. Entre outras atividades, atua em alguns programas “O prefácio”, sobre livros e literatura. Um deles é o programa Comunique-se, levado ao ar pela TV interativa ALL TV (2003/2004). Apresentou, também, “Paisagem Feminina”, pela Rádio Gazeta AM (1999), além de crônicas diárias na Rádio Bandeirantes e na Rádio Gazeta — emissoras das quais foi redatora, repórter, locutora e editora.

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