segunda-feira, 20 de abril de 2009

Uma rosa, por Evelyne Furtado

Evelyne Furtado (*)



Você me deu uma rosa linda e mais uma vez viu o brilho nos meus olhos. Você vai dizer que não foi bem uma flor que me ofereceu e eu vou teimar como sempre faço. Foi uma rosa, sim.

Eu não me enganei, pois estava escrito com as quatro letras que a designa e outras tantas palavras confirmando que o presente que você me deu era uma rosa sensível, bela e impermanente. Tal como o amor.

Foi isso que o fez lembrar de mim o que amplia o significado do presente. Você conhece frente e verso de mim. Você sabe até onde sou capaz de ir e diz que eu pareço uma adolescente.

A propósito, pensei muito sobre isso. Lembrei que outras pessoas nos últimos dias duvidaram da minha idade e pasme: fui além da vaidade, questionando minhas atitudes.

Será que sou tão imatura assim? Será que meu comportamento não é adequado à mãe de uma arquiteta que tem a idade que eu tinha quando casei? Não achei uma resposta precisa.

Acontece que coração não tem rugas. Essa frase ouvi minha mãe dizer a uma amiga no telefone há algum tempo e hoje faz todo sentido. O meu coração tem cicatrizes, mas aposto que tem menos rugas do que o meu rosto. Talvez seja este o motivo de parecer uma adolescente aos seus olhos.

Um coração só envelhece quando perde a capacidade de sonhar e o meu não perdeu. Por isso você me deu uma rosa. Eu cultuo um sonho bonito e você faz parte dele.

(*) Cronista e poetisa em Natal/RN

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