domingo, 16 de agosto de 2009

O amor permanecerá sendo o amor, por Evelyne Furtado

Evelyne Furtado (*)

A partir de 1º de janeiro de 2009, entrou em vigor o tão discutido e pouco esclarecido Acordo Ortográfico, cujo objetivo é uniformizar a grafia das palavras em todos os países de língua de portuguesa. Vou ter que me informar sobre a reforma, pois bem ou mal, eu escrevo e deverei ter cuidado para não cometer mais erros, porém a preocupação fica por aí.

Passarei a fazer meus autorretratos e a ter meus momentos antissociais. Não usarei os hífens e finalmente não me culparei por esquecer os tremas, embora os ache bonitinhos. Comerei linguiça e pronto.

Direi que lhe perdoo, sem acento circunflexo e sem muito drama. Continuarei apta a perdoar e abrirei espaço para mais perdões verdadeiros.

Ainda bem que não tocaram na palavra que mais gosto de escrever. Amor continuará a ser amor do jeitinho que é grafado hoje e mesmo que alterassem a grafia da palavra, em essência o amor permaneceria a entrar porta adentro sem pedir licença. Filólogos e gramáticos não afetam e nunca afetarão o amor que é soberano e indomável.

Com ou sem legislação não deixarei de conjugar esse verbo com a voz do coração. Amo mesmo quando o sentimento é latente e descansa.
(*) Cronista e poetisa em Natal/RN.

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